Já havia desistido de me surpreender com a vida, ou melhor, com as pessoas que "jogam" nela. Nos últimos tempos a ciência ocupou todo meu ser e através dos olhos dela passei a enxergar um mundo diferente daquele que via antes.E assim nada mudaria, pois tudo vai indo bem, menos uma coisa, pra onde foi meu amigo poeta?
Depois dele sumir me surpreendi ao receber notícias suas, em sua carta havia um relato de tudo que se passou.
"Caro amigo, sei que te devo satisfações de por onde andei, me desculpe, mas me cansei de toda essa ciência e racionalidade, estava me sentindo preso e não podia escrever a poesia de que tanto gosto. Resolvi sumir no mundo, também estava cansado de me desiludir com pessoas. E como havia pensado, mesmo no fim do mundo elas são iguais, não se importam com nada, não tem alma poética.
Estava desanimado e prestes a dar razão a você meu amigo, de que a poesia havia sido morta pelo progresso, claro que tudo isso merecia uma saideira. Entrei em um bar qualquer do fim de mundo, haviam pessoas se divertindo como em todos outros lugares e nenhuma parecia ter a alma poética.
Mas alguém me chamou a atenção, não é comum descer o óculos intelectual no copo de vodkca. Ali eu sabia que poderia ser alguém que poderia me render ao menos uma boa história (A esta altura você deve estar se perguntando como eu sabia isso através de um copo de vodka e óculos, mas há certas coisas que até para sua ciência são difíceis de explicar).
E meu instinto estava certo, caro amigo, ainda existem pessoas interessantes o suficiente para serem ouvidas neste mundo. Agora voltei, e pelo menos por enquanto quero te mandar notícias, seu pobre cientista."
Um abraço de seu amigo
Poeta
Confesso que fiquei surpreso em receber notícias de meu amigo assim do nada, mas achei ótimo ele estar disposto depois de tanto tempo. Agora só quero ver se ele vai me mandar notícias mesmo, ou foi apenas um lapso daquele pobre coitado
Nenhum comentário:
Postar um comentário